Artigo sobre o desempenho da Petrobras (2014)
- Pedro Colzani
- 30 de nov. de 2015
- 3 min de leitura
Baseados na publicação das demonstrações financeiras de 2014 da Petrobras e desconsiderando os impactos das fraudes descobertas na Operação Lava Jato da Polícia Federal, analistas de diversas corretoras consideraram o desempenho da Petrobras abaixo das expectativas. Alguns observaram que a situação de endividamento da empresa continua grave e que a alternativa de um aumento de capital, ruim para os acionistas atuais, aparece como cada vez mais provável.
Para o BTG, o desempenho operacional da empresa foi marginalmente mais fraco do que o esperado. O banco vê um cenário em que as chances de um aumento de capital da empresa para equilibrar suas dívidas nos próximos 12 meses são de 80% A casa prevê uma média ponderada de preço para os American Depositary Receipts (ADR, recibos de ações negociados nos EUA) da companhia, que equivalem a duas ações, de US$ 11, com recomendação neutra.
Na Concórdia, a petroleira teve análise negativa, com preço-alvo sugerido de R$ 13,21. Para eles, apenas a publicação do balanço já conta como fator importante, o que afasta o risco de resgate antecipado das dívidas da empresa. Ainda assim, os novos dados apontam um quadro difícil, com alto endividamento, um menor ritmo da produção, investigação de fornecedores, além de possíveis processos de investidores e manifestações de órgãos reguladores.
Opções para equilibrar contas
Nesse caso, restariam quatro opções para a empresa equilibrar suas contas. A primeira, vender ativos, o que aliviaria a situação de curto prazo. Mas é uma política insustentável e, quando os bens acabarem, a empresa terá ainda menos capacidade de geração de caixa. Além disso, está fazendo isso no momento em que o petróleo está em baixa e as demais petroleiras estão reduzindo seus planos de expansão. Ou seja, a Petrobras estaria vendendo seus ativos “a preço de banana”.
A segunda opção é emitir mais dívida, o que custaria cada vez mais caro pela situação atual da companhia e só aumentaria o problema, criando uma bola de neve.
A terceira opção seria emitir ações para pagar parte da dívida e reequilibrar o fluxo de caixa da companhia. A Empiricus considera essa opção como “inevitável”. E, no fim das contas, serão os acionistas novamente que vão pagar o ajuste. “Somente surpresas muito positivas poderiam evita-lo (o aumento de capital)”. A consultoria lembra que as ações emitidas em 2010 saíram a R$ 26,30, na maior operação de capitalização feita no Brasil e que levantou R$ 120 bilhões. E que, como observa a Empiricus, foi “queimado”.
A quarta opção para a Petrobras seria gerar mais caixa, o que dependeria de enxugar a estrutura de custos e despesas. Outra opção seria reduzir os investimentos, o que enfrenta dificuldades pois a maioria dos projetos já está em andamento, o que limita o espaço para cortes. Há também a possibilidade de melhorar os resultados operacionais. O problema, aponta a Empiricus, é como gerar mais caixa reduzindo a estrutura de ativos e investindo menos e com um custo de dívida maior e o preço do petróleo em forte baixa.
A empresa evita fazer projeção para as ações da Petrobras, que hoje começaram em forte queda e depois subiram. Mas lembra que os fluxos de recursos podem influenciar os papéis no curto prazo, mas os fundamentos é que devem definir sua tendência de longo prazo. Hoje também, o Deutsche Bank divulgou relatóriorebaixando o preço justo de Petrobras. O valor justo da ação ON da petroleira passou de R$ 12 para R$ 11 e das PN de R$ 10 para R$ 9,40.
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